Sobre o CEPESC

Salvador, Bahia, Brazil
CEPESC - Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão. Nasceu do sonho, da utopia e da luta pela criação de um entidade que refletisse, a partir da perspectiva cristã e no contexto da diversidade cultural, social e religiosa brasileira e da Bahia, o mundo dos nossos dias de um modo abrangente e total, ou seja, nas suas dimensões social, econômica, política, educacional e religiosa. Por isso, adotou o lema Dignidade e plenitude da vida e da criação. Organizada em 23 de novembro de 1996, é uma entidade de caráter cultural, educacional, social e religioso. Tem como objetivos estimular, fazer e divulgar pesquisas no campo político, econômico, social, cultural e religioso e realizar trabalhos de educação, sociais, culturais e religiosos. Contato: 3266-5526

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

NOVO OLHAR SOBRE O UNIVERSO



Frei Betto
Frei Betto
 
A visão que temos do mundo interfere em nossa visão de Deus, assim como o modo como entendemos Deus influi em nossa visão da vida e do mundo. Ao longo de 1.000 anos predominou, no Ocidente, a cosmovisão de Ptolomeu, que considerava a Terra centro do Universo. Isso favoreceu a hegemonia espiritual, cultural e econômica da Igreja, encarada pela fé como imagem da Jerusalém celestial.


Com o advento da Idade Moderna, graças à nova cosmovisão de Copérnico, logo completada por Galileu e Newton, constatou-se que a Terra é apenas um pequeno planeta. Qual mulata de escola de samba, dança em torno da própria cintura (24 horas, dia e noite) e do mestre-sala, o Sol (365 dias, um ano). O paradigma da fé deu lugar à razão, a religião à ciência, Deus ao ser humano. Passou-se da visão geocêntrica à heliocêntrica, da teocêntrica à antropocêntrica.

Agora, a modernidade cede lugar à pós-modernidade. Mais uma vez, a nossa visão do Universo sofre radicais mudanças. Newton cede lugar a Einstein, e o advento da astrofísica e da física quântica nos obriga a encarar o Universo de modo diferente e, portanto,também a idéia de Deus.


Se na Idade Média Deus habitava “lá em cima” e, na Idade Moderna, “aqui embaixo”, dentro do coração humano, agora conhecemos melhor o que o apóstolo Paulo quis dizer ao afirmar: "Ele não está longe de cada um de nós, pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como alguns dentre os poetas de vocês disseram: 'Somos da raça do próprio Deus'" (Atos dos Apóstolos 17, 27-28).


A física quântica, que penetra a intimidade do átomo e descreve a dança das partículas subatômicas, nos ensina que toda
a matéria, em todo o Universo, não passa de energia condensada. No interior do átomo, a nossa lógica cartesiana não funciona, pois ali predomina o princípio da indeterminação, ou seja, não se pode prever com exatidão o movimento das partículas subatômicas. Essa imprevisibilidade só predomina em duas instâncias do Universo: no interior do átomo e na liberdade humana.
Em que a física quântica modifica nossa visão do Universo? Ela nos livra dos conceitos de Newton, de que o Universo é um grande relógio montado pelo divino Relojoeiro e cujo funcionamento pode ser bem conhecido estudando cada uma de suas peças.

A física quântica ensina que não há o sujeito observador (o ser humano) frente ao objeto observado (o Universo). Tudo está intimamente interligado. O bater de asas de uma borboleta no Japão desencadeia uma tempestade na América do Sul... Nosso modo de examinar as partículas que se movem no interior do átomo interfere no percurso delas...


Tudo que existe coexiste, subsiste, pré-existe, e há uma inseparável interação entre o ser humano e a natureza. O que fazemos à Terra provoca uma reação da parte dela.

Não estamos acima dela, somos parte e resultado dela; ela é Pacha Mama ou, como diziam os antigos gregos, Gaia, um ser vivo. Deveríamos manter com ela uma relação inteligente de sustentabilidade.

Esse novo paradigma científico nos permite contemplar o Universo com novos olhos. Nem tudo é Deus, mas Deus se revela em tudo. Nossa visão religiosa é agora panenteísta. Não confundir com panteísta. O panteísmo diz que todas as coisas são Deus. O panenteísmo, que Deus está em todas as coisas. “Nele vivemos, nos movemos e existimos”, como disse Paulo. E Jesus nos ensina que Deus é amor, essa energia que atrai todas as coisas, desde as moléculas que estruturam uma pedra às pessoas que comungam um projeto de vida.


Como dizia Teilhard de Chardin, no amor tudo converge, de átomos, moléculas e células que formam os tecidos e órgãos do nosso corpo às galáxias que se aglomeram múltiplas nesta nossa Casa Comum que chamamos, não de Pluriverso, mas de Universo.

Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de “Conversa sobre a fé e a ciência” (Agir), entre outros livros.
http://www.freibetto.org/> twitter:@freibetto.

Copyright 2011 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)

O DEUS DE NATAL



Eduardo Hoornaert
O Deus de Natal é um Deus estranho. Ele nasce num presépio na periferia da cidade ‘pois não há lugar para ele’ na sociedade estabelecida. Pois a sociedade prefere a ordem, ou seja, a desordem instalada. Desde o nascimento de Jesus, o Deus dos cristãos se torna o Deus da desordem, ou seja, da formação de uma nova ordem, baseada em justiça e respeito por todas e todos.

O Deus de Belém rejeita a ideia de que toda sociedade, para funcionar bem, tem de produzir necessariamente vítimas, que devem ser devidamente expulsas do convívio ‘decente’. O casal José e Maria, proveniente da Galileia, foi rejeitada em Belém, na orgulhosa Judeia, por ser considerado indigno de hospedagem decente. Foi rejeitado para o campo, entre pastores (uma classe ‘fora da lei’) e animais. Assim pobres, empregadas domésticas, operários explorados, marginais, ladrões, prostitutas, homossexuais e divorciados são hoje afastados da boa convivência.
Este ano celebramos o Natal de forma um tanto diferente, pois, pelo mundo afora, os rejeitados da sociedade (que hoje são a grande maioria) se mostram ‘indignados’. Eles dizem: já basta! O movimento começou na Tunísia, no final do ano passado, em janeiro passou para o Egito e daí se espalhou pelo mundo. Alcançou Atenas, Madrid, Santiago de Chile, Nova Iorque e se espalha atualmente por mais de cem cidades americanas e outras tantas cidades pelo mundo. Os que participam do movimento ‘Ocupe Wallstreet’ (Occupy Wallstreet) dizem que ‘os rejeitados’ da sociedade americana somam hoje 99 por cento da população. Isso é uma situação insuportável e isso merece ser lembrado na festa de Natal 2011.
Aqui no Brasil assistimos pouco tempo atrás a um movimento de estudantes indignados no campus da Universidade de São Paulo, e deve haver muito mais movimentação que o noticiário não registra. Essa ‘primavera’ política, que por enquanto apenas mostra os primeiros brotos, tem muito a ver com o Natal cristão. Não foram os pastores, rejeitados na sociedade de Israel, os primeiros a visitar Jesus no presépio? Em vez de admitir uma sociedade que se resigna diante do fato de que ‘sempre há vítimas’, o Deus de Belém se revolta. Ele decreta o perdão geral: ‘glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade’. Doravante, a ordem é perdoar sempre, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. A tarefa do cristianismo consiste em construir uma sociedade sem vítimas, uma sociedade de irmãos e irmãs que se respeitem e valorizem e combatam insistentemente todo e qualquer sinal de discriminação. Desse modo, o Deus ‘desordenado’ de Belém nos adverte diante do perigo de se festejar o Natal de forma pagã:


Eu tenho ódio a suas festas,
Seus encontros festivos me dão repugnância.
Que o direito jorre em poderosos eflúvios
Que a justiça seja uma torrente inesgotável! (Amós 5, 21-24).
Isso quer dizer que o Deus de Natal não gosta do Papai Noel, na medida em que esse Papai costuma representar um sistema de extorsão das finanças populares em troca de bugigangas (nos shoppings e no comércio em geral), além de esbanjar riqueza. Se o Papai Noel do Shopping for gentil com as crianças, ainda bem (alguns são de uma ternura comovente). Mas o Papai Noel da grande propaganda comercial não passa pelo crivo do Natal cristão. De minha parte, desejo a vocês uma ceia de Natal um tanto ‘desordenada’, ou seja, que fuja de alguma forma ao padrão capitalista.


Salvador, Bahia, dezembro de 2011

Eduardo Hoornaert é Belga, padre casado, mora há vários anos no Brasil. Fundador e coordenador do CEHILA - Popular. Renomado acessor das CEB's. Autor de vários artigos e livros sobre História do Cristianismo Antigo, História da Igreja e História da Igreja na América Latina. Dedica-se atualmente à coordenação do Projeto : História do Cristianismo no 3º Mundo; por onde publicou em 1995 o livro "O Movimento de Jesus". Pesquisador no Mestrado de História da Universidade Federal da Bahia


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Escola de Belas Artes da UFBA realiza exposição coletiva


A escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, convida a todos para assistir a exposição coletiva que marca a conclusão do curso da turma de 2008. Convergente é uma exposição que reúne três expositores com um único plano: A arte.
A mostra, elaborada pelos artistas Jerusa Gomes, Laércio Andrade e Vera Galeno será apresentada no dia 15 de dezembro (quinta-feira) das 17h às 22h . A visitação gratuita, acontece de 16 a 22 de dezembro, das 9h às 17h.


Assessoria de Imprensa
Jornalistas Responsáveis:

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(71)8663-0527

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(71)9142-1668
Email: torresassessoria@yahoo.com.br
Twitter: T@assessoria


Pr. Djalma Torres lança livro Caminhos de Pedra

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Livro Caminhos de Pedra
Andréia Salles

Com todo requinte, prestígio e atenção que o diálogo inter-religioso merece ter, foi assim que no último 04 de novembro o Pr. Djalma Torres lançou seu primeiro livro “Caminhos de Pedra” na galeria do ACBEU.
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Pr. Djalma Torres ao lado do Antropólogo Ordep Serra

Pr. Djalma Torres recebeu a homenagem do superintendente executivo do Acbeu José França

O lançamento reuniu familiares, representantes cristãos e não cristãos, pessoas interessadas no movimento ecumênico  além de amigos do autor entre eles o  superintendente executivo da ACBEU José Antônio Lago França e o antropólogo Ordep Serra que aproveitou a oportunidade para presentear o amigo com o exemplar de seu livro “Ronda- Oratório Malungo” considerada a melhor ficção afro-brasileira inscrita no concurso da Braskem.
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A família Torres compareceu para prestigiar o autor do livro
O livro Caminhos de Pedra é dividido em três partes: na primeira, conta a sua  infância até se tornar pastor. A segunda trata da sua trajetória pastoral incluindo textos produzidos durante essa experiência. A última narra a inserção do autor no movimento ecumênico e no diálogo inter-religioso, através da relação fraternal que mantém com religiões não cristãs, como o judaísmo, islamismo, budismo, espiritismo e, sobretudo, o candomblé.

Segundo o autor, o livro não tem pretensão em ser um tratado teológico ou acadêmico, o objetivo é compartilhar experiências de estudos e da convivência sem preconceito religioso ao longo do serviço pastoral. Em uma das citações contida no livro Djalma fala do medo, medo de que a religião torne-se algo banal ao ponto do ser humano desacreditar na fé.  “Eu tenho medo de que a exploração religiosa se degrade tanto que o ser humano tenha vergonha de cultivar a sua fé”.
Djalma Torres e as suas assessoras de comunicação Andréia Salles e Maiara Fernandes

O livro pode ser adquirido na Livraria LDM, na sede do Cepesc, ou através de pedidos mediante email: torresassessoria@yahoo.com.br.

PASTOR DJALMA APRESENTA PROGRAMA DE RÁDIO

  Vem aí o programa de rádio “RELIGIÃO, DIVERSIDADE E CIDADANIA".  Apresentado pelo pastor Djalma Torres,  promove uma integração entre a religião e a sociedade. Com a linha editorial comprometida com a diversidade cultural e religiosa, é focado no movimento ecumênico e no diálogo inter-religioso. RELIGIÃO, DIVERSIDADE E CIDADANIA é semanal, ao vivo, com duração de uma hora, das 12h ás 13h, aos sábados a partir no mês de janeiro de 2012.  Veiculado na Rádio Cruzeiro AM 590, com a participação de representantes de igrejas cristãs, religiões não cristãs e especialistas das diversas áreas do conhecimento. Voltado para religiosos, estudiosos e interessados de um modo geral , abrirá discussões entre os participantes e ouvintes, através de emails e contatos telefônicos.

A construção do programa se dá a partir de um roteiro técnico de áudio, mediado pelo Pr. Djalma Torres seguido de roteiro de produção feito pelas jornalistas Andréia Salles e Maiara Fernandes, com edição e finalização de Aelson Costa.



PARA ANUNCIAR ENTRE EM CONTATO:
Andréia Salles -
(71)8663-0527
Maiara Fernandes -
(71)9142-1668