Sobre o CEPESC

Salvador, Bahia, Brazil
CEPESC - Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão. Nasceu do sonho, da utopia e da luta pela criação de um entidade que refletisse, a partir da perspectiva cristã e no contexto da diversidade cultural, social e religiosa brasileira e da Bahia, o mundo dos nossos dias de um modo abrangente e total, ou seja, nas suas dimensões social, econômica, política, educacional e religiosa. Por isso, adotou o lema Dignidade e plenitude da vida e da criação. Organizada em 23 de novembro de 1996, é uma entidade de caráter cultural, educacional, social e religioso. Tem como objetivos estimular, fazer e divulgar pesquisas no campo político, econômico, social, cultural e religioso e realizar trabalhos de educação, sociais, culturais e religiosos. Contato: 3266-5526

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

SÔNIA MOTA ASSUME DIRETORIA EXECUTIVA DA CESE


A Reverenda Sônia Gomes Mota, da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, assume, em agosto de 2013, a Diretoria Executiva da CESE. Natural de Muritiba, município do Recôncavo Baiano, formou-se em teologia no Instituto de Educação Teológica da Bahia (ITEBA), em 1992, onde iniciou sua caminhada ecumênica interreligiosa e sua conversão à Teologia da Libertação. Licenciou-se em filosofia na Universidade Federal da Bahia em 1997 e no ano de 2003 tornou-se mestre em teologia, em São Leopoldo, Rio Grande do Sul.

Na entrevista a seguir, a diretora revela sua trajetória profissional e os desafios e expectativas de estar à frente de uma organização como a CESE, com uma trajetória de 40 anos na defesa da justiça, dos direitos humanos e no fortalecimento dos movimentos populares no país.

Sônia, como iniciou suas atividades no terceiro setor?

SÔNIA: Após a conclusão do mestrado, tive a oportunidade de trabalhar no CECA – Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria. Inicialmente trabalhei como assessora e, posteriormente, tornei-me coordenadora executiva. No CECA atuei em parceria com outras entidades, pastorais e movimentos sociais na luta pela defesa por direitos humanos, formação política e cidadania.


Como você se sente assumindo a direção executiva de uma organização como a CESE, com 40 anos de estrada?


Sinto-me honrada, feliz e muito desafiada, pois estou consciente da imensa responsabilidade que isso significa, afinal, uma instituição como CESE, com 40 anos de serviço e luta na defesa dos direitos humanos, justiça e paz, precisa continuar nesta caminhada, cada vez mais fortalecida. Tenho plena confiança na equipe e nas parcerias de trabalho. Posso contar com o apoio da diretoria e a equipe é muito comprometida e atuante. Sei que estarei muito bem assessorada.

Tem sido um desafio para a CESE aumentar o diálogo com as bases das igrejas e seu compromisso com as campanhas da CESE, a exemplo da Campanha Primavera para a Vida. Como reverenda da IPU, como pretende estreitar esses laços?

A CESE hoje é composta por seis igrejas cristãs, com representação na diretoria e no conselho fiscal da instituição. As igrejas têm sido, ao longo destes 40 anos, parceiras históricas e importantes, não só no aspecto institucional, mas em diversas ações e iniciativas da CESE. Penso que as parcerias podem ser aprofundadas, afinal, superar a realidade de injustiça e desigualdade é também o desejo das igrejas. É importante intensificar os laços com as bases das igrejas para juntos realizarmos a missão profética de denúncia e ação contra as injustiças.

Nunca se falou tanto de terceiro setor e de responsabilidade social no Brasil como agora, mas, muitas organizações, como a CESE,  estão preocupadas com sua sustentabilidade, já que a redução do apoio da cooperação internacional às ONG´s é uma realidade. Comente.


Esta é uma dura realidade que estamos enfrentando há algum tempo. Buscar alternativas de sustentabilidade e ampliar o espectro de agências de fomento tem sido a pauta de discussão e de planejamento de muitas instituições. Estamos passando por momentos de incertezas e por novos tipos de desafios. Para organizações sociais inseridas nas relações de cooperação internacional, não há como não se reorganizar e buscar alternativas no país. Uma estratégia bem elaborada para ampliação e diversificação de outras fontes internas de arrecadação é extremamente necessária. A mobilização de recursos internos é imprescindível. Por isto que a CESE, ao lado da ABONG e outras OSC´s, considera fundamental que seja logo aprovado um novo Marco Regulatório para que as organizações possam mobilizar recursos junto à sociedade civil e as fontes públicas, com legitimidade e transparência, a fim de que possam continuar realizando atividades tão importantes para o bem comum.



Algumas ONGs já adotam estratégias de marketing para mobilização de recursos e perceberam uma melhora em seus resultados, mas se encontram em um dilema: o aparente o risco de ter seus valores diluídos aos das corporações que a elas se aliam para concretizar seus investimentos sociais. Como a CESE pode avançar em mobilização sem  perder o alinhamento  e apoio aos movimentos populares?



É fato que precisamos buscar outras formas e estratégias para mobilizar recursos. Claro que isto deve ser feito obedecendo a critérios. Por isto penso que neste processo é necessário ter clareza sobre nossa identidade, o que queremos e que caminho vamos seguir. É preciso que tenhamos clareza dos nossos objetivos, analisar com cuidado se as parcerias não ferem os princípios da CESE e dos parceiros.

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