Há cerca de 120 anos, às margens do Rio
Vaza Barris, numa fazenda abandonada, em plena caatinga do sertão nordestino,
nasceu um povoado chamado Belo Monte. Em pouco tempo cresceu até chegar a mais
de 20 mil pessoas, entre crianças, jovens, mulheres e homens ativos e idosos
que ainda trabalhavam. Eram brancos, mulatos e negros, trabalhadores do campo e
pequenos proprietários de terra sem condições de sobrevivência; eram homens
solteiros e famílias desamparadas.
Hoje, 120 anos depois, não existe mais o
povoado. As águas do Açude do Cocorobó ocupam a área do antigo povoado. No
final da semana passada, mais uma vez, nós falamos, rezamos, cantamos e
choramos por Belo Monte. Isso aconteceu com a 26ª, Romaria de Canudos,
realizada nos dias 18 à 20 de outubro de 2013, organizada pelo Instituto
Popular Memorial de Canudos – IPMC, pela Paróquia de Santo Antônio de Canudos,
pela Comissão da Romaria e com o apoio da Prefeitura Municipal de Canudos e da
UNEB.
O tema deste ano foi “Os Jovens e o Meio
Ambiente na História Viva de Canudos”, com o lema “Jovem! Levanta-te, Anda e
Transforma o Sertão”, baseado em Lucas 7:14. A programação foi antecedida por
uma tribuna na Capela do IPMC, nas noites de 15, 16 e 17 de outubro. No dia 18,
6ª feira, houve atividades do Fórum de Desenvolvimento Local Sustentável de
Canudos. No dia seguinte, 19, sábado, foram realizadas uma oficina no Memorial
da UNEB, visitas ao Parque Estadual de Canudos e à noite, com a celebração
ecumênica, a romaria efetivamente teve início. Seguiu-se uma Mesa Redonda sobre
a juventude e o meio ambiente e o sábado chegou ao fim com uma já tradicional
Noite Cultural, com artistas da região. No domingo, 20, a romaria propriamente
dita teve início com uma alvorada, às 5h00 da madrugada; depois da celebração
da missa, às 6h00, a caminhada foi iniciada, seguindo pelas ruas da cidade em
direção ao açude, com paradas para pronunciamentos sobre o semiárido, a seca, o
descaso político com a região e orações com pedido de chuva. O encerramento foi
feito com os agradecimentos e o rito de envio aos romeiros e a todos os
participantes.
Um momento emocionante foi o desfile das
escolas municipais que evocaram a história de Canudos, apresentando grupos de
canudenses, do exército, de mulheres, de crianças, dos
pescadores, dos produtos agrícolas dos sítios e da figura exponencial do
Conselheiro.
Por tudo isso a romaria dos 120 anos da
fundação de Canudos foi brilhante e as dezenas de visitantes do Nordeste, de
outras regiões do País e de fora do Brasil ficaram entusiasmadas pelo que viram
e ouviram. Merecem os aplausos de todos nós os organizadores da romaria.
Canudos está vivo!
Pr. Djalma Torres
Rua
Capelinha do Tororó,1, 1º andar, Tororó – 40050-050, Salvador,Bahia
Tel. 71 3266-5526 – blogdocepesc.blogspot.com.br
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