Estamos todos sob o impacto dos
últimos acontecimentos em nossa nação. A presença do povo brasileiro nas ruas
em escala de grandeza superlativa, sem dúvida alguma, traz a todos um
sentimento de perplexidade e um chamado à reflexão.
A massa humana inconformada parece
sinalizar a requisição categórica de um novo encaminhamento para as questões de
políticas públicas no Brasil. Os avanços dos últimos anos não foram
suficientes, até agora, para produzir um senso de protagonismo no povo brasileiro.
Fica claro e evidente o descontentamento e o desejo por mudanças profundas e
concretas.
Os atos pontuais de vandalismo
praticados por uma ínfima parte dos presentes nesses ajuntamentos, não parecem
desqualificar o movimento; talvez ajudem, isso sim, a explicar as muitas
contradições presentes na configuração social brasileira. Há que se manter um
cuidado crítico em relação ao que se recebe por parte das mídias. Já é sabido
por todos que as mesmas muitas vezes atendem a interesses que nem sempre são os
da coletividade.
De uma forma geral, as manifestações
têm assumido um tom pacífico e propositivo.
As pautas são diversas: Transporte
público, Corrupção nos setores públicos, Saúde precarizada, Educação de baixa
qualidade e Violência urbana, estão entre os temas mais presentes.
O tom apartidário do movimento aponta
para uma crítica severa às instituições políticas e na direção de um maior
controle social da governança pública.
A Aliança Cristã Evangélica
Brasileira se manifesta favorável à utilização dos instrumentos democráticos
como afirmação de uma espiritualidade cristã encarnada, que incida nas questões
de ordem pública para o estabelecimento da justiça social, conforme já declarou
no documento “Por uma Igreja Participativa e Cidadã”.
Outrossim, rejeitamos qualquer
manifestação pessoal, pública ou institucional que se imponha pela violência ou
por outro mecanismo que se identifique com a corrupção dos valores do reino de
Deus para a vida em sociedade.
Assim sendo, conclamamos as igrejas
brasileiras e de todo o mundo a unirem-se a nós em oração pela nossa nação.
Oramos pelas autoridades
constituídas, para que tenham o bom senso e a coragem de apresentar respostas
que sinalizem o início de diálogos na direção da garantia das demandas populares.
Oramos clamando para que a justiça e
paz social, elementos constituintes do reino de Deus, predominem em cada pedaço
de chão do nosso amado país.
Oramos pela dinâmica de
amadurecimento de nossa democracia, trazendo a termo melhores dias para a nossa
gente.
Oramos por nós mesmos, como igreja,
para que sejamos sensíveis aos movimentos do Espírito Santo em meio aos
processos conturbados, e façamos escolhas que reflitam a luz de Deus diante dos
homens, através de testemunhos de boas obras e práticas da justiça.
Concluímos com as palavras do Pr
Carlos Queiroz, embaixador da Aliança Cristã Evangélica Brasileira:
“A justiça de Deus é bem maior que o
conceito de justiça do ser humano. É baseada em valores como mansidão,
sensibilidade, misericórdia e amor. Mas isso não quer dizer que a justiça de
Deus é menor do que o mínimo exigido pela justiça humana, como o direito à
habitação, alimentação, saúde, educação, lazer, liberdade de exercer a vocação
humana.”
Retirado do site Aliança Cristã Evangélica Brasileira
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