Sobre o CEPESC

Salvador, Bahia, Brazil
CEPESC - Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão. Nasceu do sonho, da utopia e da luta pela criação de um entidade que refletisse, a partir da perspectiva cristã e no contexto da diversidade cultural, social e religiosa brasileira e da Bahia, o mundo dos nossos dias de um modo abrangente e total, ou seja, nas suas dimensões social, econômica, política, educacional e religiosa. Por isso, adotou o lema Dignidade e plenitude da vida e da criação. Organizada em 23 de novembro de 1996, é uma entidade de caráter cultural, educacional, social e religioso. Tem como objetivos estimular, fazer e divulgar pesquisas no campo político, econômico, social, cultural e religioso e realizar trabalhos de educação, sociais, culturais e religiosos. Contato: 3266-5526

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

E NÃO TIVEMOS MISSA!



Inaldo da Paixão Santos Araújo, Vice- Presidente do TCE durante a celebração da cerimônia inter-religiosa


"A verdade prova que o tempo é o senhor/ Dos dois destinos, dos dois destinos/ Já que pra ser homem tem que ter/ A grandeza de um menino, de um menino/ No coração de quem faz a guerra/ Nascerá uma flor amarela/ Como um girassol/ Como um girassol/ Como um girassol amarelo, amarelo." (Cidade Negra)
"Qual o porquê dessa mudança?" Foi com esse indagar e com uma certa indignação, confesso, que reagi quando fui comunicado sobre a proposta – hoje concretizada – de se substituir a tradicional Missa de Natal da Corte de Contas baiana por um Culto Ecumênico.
Se, na mística Bahia, qualquer segunda ´lavagem de beco´ já é considerada tradição, o que não dizer de um celebrar com que, dos vinte e cinco anos que tenho de Casa, pude conviver 24 vezes?
Para mim, na condição de ex-acólito, o dia da Missa, principalmente as últimas, sabiamente celebradas pelo nosso Frei Paulo, era a data mais importante do Tribunal, pois era nesse momento que mais fazíamos o que deveria ser feito todos os dias: crer sempre em um tempo novo de paz e abraçarmo-nos como irmãos, não de sangue, mas de fé.
Assim, como qualquer ser humano, de pronto, questionei: para que mudar?
Sei, todavia, que o Estado é laico, embora nossa Carta Maior tenha sido promulgada sob a proteção de Deus.
Sei que há ação na justiça para se retirar os simbolismos dos órgãos públicos; para se retirar a expressão "Deus seja louvado" da nossa combalida moeda. Interpelo-me: se o Real já é o que é com a louvação ao Senhor, imagina como ficaríamos sem a proteção divina? Certos estão os americanos, quando afirmam: In God we trust.
Sei, por fim, que é natural, para a raça humana, reagir a mudanças, principalmente quando já se está em uma situação cômoda e não há relativa compreensão do que poderá ocorrer com o novo.
Tolice!  Inevitavelmente, como na canção, o "novo sempre vem". E, queiramos ou não, é sempre "vida que segue".
Todavia, quando vi o chamamento para participar da "Celebração Ecumênica de Confraternização de Final de Ano", materializado em um belo cartaz em formato de girassol, com as imagens dos representantes de seis segmentos religiosos – Sra. Ana Veloso (Umbanda), Pr. Djalma Torres (Igreja Batista), Pe. José Carlos Silva (Igreja Católica), Sr. José Medrado (Espiritismo), Sr. Luciano Ariel Gomes (Representante da Sociedade Israelita da Bahia), e Makota Valdina Pinto (Candomblé), e com o anúncio da participação de músicos da Orquestra Neojibá, encantei-me.
Não fiquei na contramão. Parei para refletir e participar. De fato, por que ser singular, quando podemos ser mais do que plural? Por que ouvir, apenas, a opinião de um, quando, sabido é que uma decisão colegiada é muito mais convincente? Por que não acreditar no amor entre os homens, sem importar a crença? Enfim, se apenas desejarmos o bem, seremos diferentes, sem deixarmos, nunca, de ser iguais, não é mesmo?
Razão assiste, portanto, à Mãe Stella, quando em seu artigo no A Tarde, de hoje (19/12/2012), relembra passagem bíblica: "há muitas moradas na casa de meu Pai" e que somos "diferentemente iguais".
Espero, assim, que essa confraternização seja marco de um verdadeiro redesenho de nossas práticas e de nossas vidas, porque não mudaremos o Tribunal se não repensarmos e transformarmos individualmente nossas ações.
Espero, como bem lembrou o médium José Medrado, também no mesmo jornal de folhas, que não nos esqueçamos, independentemente de egos, de que "o universo, lá fora, avança".
Espero que esse momento marque, de fato, o prenúncio de um novo ano de uma Nova Era.
Espero, também, que esse dia seja o verdadeiro advento de que a essência de todos os "ismos" é o amor, no seu sentido mais puro, que é o caritas.
 Afinal, está escrito na primeira carta de São João que "Deus é amor, e quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele" (1 Jo 4, 16).
Espero, por fim, que essa confraternização simbolize tempos de união, de compromisso, de amadurecimento, de responsabilidades, de perdão e de paz, pois tudo passa e a verdade sempre brota como um girassol amarelo.

Inaldo da Paixão Santos Araújo, mestre em Contabilidade, conselheiro vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado, professor e escritor. 

PR. DJALMA TORRES PARTICIPA DE CELEBRAÇÃO ECUMÊNICA NO TCE




O Pr. Djalma Torres participou ontem, 19, de uma cerimônia ecumênica no auditório Tribunal de Conta do Estado (TCE). A celebração contou com a participação de outros representantes religiosos: Ana Veloso (Umbanda), Pe. José Carlos Silva (Igreja Católica), José Medrado (Espiritismo), Luciano Ariel Gomes (Representante da Sociedade Israelita da Bahia), e Makota Valdina (Candomblé). A abertura do evento foi realizada pelos músicos da Orquestra Neojibá que apresentaram músicas populares com caráter de concerto, homenageando Luiz Gonzaga e  Dorival Caymmi.
Este ano o TCE resolveu inovar, em vez da tradicional missa realizou uma Celebração Ecumênica de Confraternização de Final de Ano para os seus funcionários. No Plenário Lafayette Ponde o Presidente Zilton Rocha ao lado do Vice-Presidente Inaldo da paixão Araújo e dos conselheiros, Sérgio Spector e Almir Pereira da Silva, abriu agradecendo a presença de todos e destacando a importância de uma cerimônia inter-religiosa dentro da instituição e também fora dela.
O Vice-presidente, Inaldo da Paixão, fez um pronunciamento que destacou a impressão da maioria dos servidores: “a surpresa pela mudança na celebração.”, mas que culminou na importância do respeito aos praticantes de outras religiões, não só aos católicos. Além de destacar a relevância de uma solenidade de caráter inter-religioso para a sociedade, partindo de uma instituição estadual.
A cerimônia seguiu com explanações dos religiosos que agradeceram pela presença, confirmando a importância da reunião.
O Pastor Djalma Torres agradeceu a oportunidade de estar presente em significativa solenidade. Djalma que recebeu da Presidência da República, o Prêmio Direitos Humanos 2012, pela sua luta de quarenta anos em favor do diálogo inter-religioso aproveitou para dividir o prêmio com os colegas de caminhada e falar do progresso notado durante estes anos de atividade.
Ana Veloso, representante da Umbanda destacou que: “a umbanda é uma seita muito simples que caminha com Deus. Já o Pe. José Carlos Silva falou da necessidade de um Deus para a sociedade enfrentar problemas crescentes, como a violência urbana e o uso das drogas finalizou o seu discurso cantando um trecho da música  “Pétala” de Djavan: “Por ser exato O amor não cabe em si Por ser encantado O amor revela-se Por ser amor, Invade E fim!!..”
O médium José Medrado destacou a beleza da diversidade, tomando como exemplo um arranjo de flores com várias espécies diferentes. Medrado falou da necessidade de  praticar o bem, do abraço, da atenção ao outro ser humano e conclui pedindo aos participantes que levantassem e abraçassem aqueles que estivessem ao seu lado.
O representante da Associação Israelita da Bahia, Luciano Ariel Gomes, desejou aos presentes, “Shalon”, que significa bem estar completo. Ariel ressaltou que: “o nós é sempre maior do que o eu”.
Makota Valdina falou da importância da junção dos diferentes, afirmou que o preconceito nada mais é que: “o estreitamento da visão”.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

PR. DJALMA TORRES RECEBE PRÊMIO DIREITOS HUMANOS 2012



Pr. Djalma Torres ao lado da Presidenta Dilma


O Pastor Djalma Torres recebeu da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República nesta segunda-feira (17), em Brasília, o Prêmio de Direitos Humanos 2012. Em sua 18ª edição o Prêmio consiste na mais alta condecoração do governo brasileiro a pessoas físicas ou jurídicas que desenvolvam ações de destaque na área dos Direitos Humanos.

Protestante, escritor, mestre em Teologia, Djalma Torres, recebeu das mãos da Presidenta da República o prêmio na categoria Diversidade Religiosa, em reconhecimento da sua luta  favor do Ecumenismo e do Diálogo Inter-Religioso.

A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), também participou da solenidade. Ao todo, foram condecoradas 17 pessoas físicas ou jurídicas que desenvolvem ações de destaque na área dos direitos humanos. Dilma homenageou os premiados, “que dão voz aos que não têm voz. Falam por aqueles que ninguém defende”.


Confira abaixo a relação dos vencedores desta edição, em suas respectivas categorias:

1- Categoria Dorothy Stang: Luiz Couto
2-  Educação em Direitos Humanos: Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania de Marília,
3- Mídia e Direitos Humanos: Tim Lopes,
4- Centro de Referência em Direitos Humanos: Movimento das Mães da Cinelândia,
5- Garantia dos Direitos da População em Situação de Rua: Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado de São Paulo,
6- Enfrentamento à Violência: Valdênia Aparecida Paulino Lanfranchi
 7- Enfrentamento à Tortura: Maria Margarida Pressburger
 8- Direito à Memória e à Verdade: Centro de Defesa dos Direitos Humanos Grupo Ação Justiça e Paz de Petrópolis,
 9- Diversidade Religiosa: Pastor Djalma Rosa Torres;
10- Garantia dos Direitos da População LGBT: Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT;
11- Santa Quitéria do Maranhão: Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza;
12- Erradicação do Trabalho Escravo: Jônatas Andrade;
13- Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente: Obras Sociais do Centro Espírita Irmão Áureo (OSCEIA);
14- Garantia dos Direitos da Pessoa Idosa: Terezinha Tortelli;
15- Garantia dos Direitos das Pessoas com Deficiência: Alexandre Carvalho Baroni;
16- Homenagem Especial: Dom Tomás Balduíno e Dom Pedro Casaldáliga;
17- Menção Honrosa: Levante Popular da Juventude de São Paulo



http://portal.sdh.gov.br/clientes/sedh/sedh/2012/12/12-dez-12-entrega-do-premio-direitos-humanos-2012-sera-na-proxima-segunda-17

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Pr. Djalma Torres será homenageado com o Prêmio de Direitos Humanos 2012

                          


A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República congratula o Pr Djalma Torres pela conquista do Prêmio Direitos Humanos 2012, na Categoria Diversidade Religiosa. A decisão foi tomada a partir de um processo seletivo, que culminou com a decisão da Comissão de Julgamento, no dia 29 de novembro de 2012 da sociedade brasileira sobre a necessidade do respeito aos Direitos Humanos. Em sua 18ª edição, a cerimônia de entrega do Prêmio Direitos Humanos ocorrerá na data provável de 17 de dezembro de 2012(aguardando confirmação da agenda da presidenta da República Dilma Rousseff), às 10 horas, no salão Nobre do Palácio do Planalto, Brasília/DF.
O prêmio é uma forma de reconhecimento pelo valioso trabalho que desenvolve em nome dos direitos fundamentais inerentes a todos os seres humanos, cada premiado receberá um troféu e um certificado, assinado pela excelentíssima senhora Presidenta da República Dilma Rousseff.

Djalma Torres, graduado em teologia e em ciências sociais, pós-graduado em História e Cultura da África e Afrodescendência, mestre em teologia. Articulado com o movimento ecumênico através de órgãos como o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI) e Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). Integra o Conselho Inter-religioso  do Projeto  Egbé de Koinonia, em Salvador. Liderou a Igreja Batista da Graça por cinco anos; Organizou e dirigiu a Igreja Batista Nazareth por mais de trinta anos. Idealizador, fundador e dirigente do Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão (CEPESC). É o responsável pela Fraternidade de Igrejas Evangélicas do Brasil, uma entidade que congrega igrejas e institutos que trabalham com questões religiosas e também está à frente da Igreja Evangélica Antioquia, uma comunidade alternativa composta por protestantes, católicos, espíritas, integrantes do candomblé e pessoas que não são filiadas a nenhuma confissão de fé.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO: 

Andréia Salles (71) 8663-0527
Maiara Fernandes (71) 8741-6807/ 9171- 5146

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Carta Ecumênica Sobre As Eleições 2012

Pr Djalma Torres


Em 07 de outubro próximo o país vai se mobilizar para a eleição de  prefeitos e vereadores. Na Bahia vão ser eleitos prefeitos, vices e vereadores para os 417 municípios do Estado.  Em Salvador vão ser eleitos o Prefeito, o Vice-Prefeito e 43 vereadores.  Estão disputando as eleições 6 candidatos à Prefeito, com os seus respectivos vices e mais de mil e duzentos  candidatos fazem campanha para a Câmara Municipal da Cidade.
O CEBIC – Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs, o CEPESC- Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão e a CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviço, juntos com outras igrejas, entidades, organizações e pessoas, preocupados com a situação política, econômica, social, cultural, ambiental e religiosa de Salvador, conscientes da importância deste momento político brasileiro, vêm apresentar aos candidatos e a sociedade baiana, algumas considerações que consideram fundamentais para o exercício da função públicas política em Salvador e no Estado da Bahia.
Salvador e as cidades da região metropolitana possuem uma população superior a 3 milhões de pessoas que hoje vivem o drama da falta de uma política eficiente de transporte, com engarrafamentos constantes e desastrosos, responsáveis pelo desconforto e  mal-estar diário a todos e todas que se deslocam pela cidade. Nessa multidão há trabalhadores, homens e mulheres, jovens, idosos e pessoas com necessidades especiais, que sofrem para cumprir horários e realizar tarefas diariamente.
Em Salvador há uma considerável parcela da população empobrecida,  sem emprego; há centenas de moradores de rua, de mendigos, muitos dos quais vivem como párias, perambulando pelas ruas da Cidade, comendo restos de comida nos  lixos dos condomínios, como bichos. 
Salvador e as cidades que a cercam – não é exclusividade delas - vêm se tornando focos de assaltos, roubos e assassinatos, causando medo e angústia em sua população, carente de segurança, sobretudo àquela parcela mais desprotegida e mais vulnerável pela pobreza e sofrimento em que vivem.
Salvador e cidades do recôncavo possuem um acervo patrimonial histórico, cultural e religioso que vem sendo depredado criminosamente, muitas vezes com a conivência de pessoas e autoridades que deveriam zelar pela sua preservação.
Salvador vem sendo violentada em nível insuportável. Suas ruas, calçadas, seus rios e matas estão sendo dizimados por uma crescente expansão do capital imobiliário, com prejuízos incalculáveis para a sustentabilidade ambiental.   O clamor dos que amam a Cidade e lutam pela preservação do seu patrimônio é sufocado pela insensibilidade dos seus governantes.
Salvador e várias cidades da Bahia são depositárias de uma pluralidade religiosa e cultural que vem sendo alvo de intolerância, sem que sejam tomadas as devidas providências por parte dos órgãos e entidades públicas responsáveis pela garantia constitucional de respeito e convivência com a pluralidade religiosa. Em alguns casos, ao contrário, a intolerância é perpetrada com o consentimento dos responsáveis pelo combate a tais crimes. 
Salvador, efetivamente, mais do que uma gestão administrativa, - Prefeitura e Câmara de Vereadores - precisa de líderes políticos éticos, comprometidos e sensíveis, que possam ter sobre ela um olhar sagrado, de valorização do seu patrimônio, de cultivo de sua história, de preservação dos seus valores e de cuidado com a dignidade da vida humana. 
É com esta preocupação que esta Carta é elaborada. Os que a assinam esperam que haja por parte dos que forem eleitos em outubro próximo, a sensibilidade  para  o exercício de um mandato político voltado para o bem-estar da Cidade e da melhoria da qualidade de vida de sua população.

Salvador, agosto de 2012

CEBIC – Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs:
Igreja Católica Apostólica Romana
Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil   
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Igreja Presbiteriana Unida do Brasil                                                                                               
Igreja Batista Nazareth
Igreja Católica Apostólica Independente     
Igreja da Trindade
Igreja Evangélica Antioquia
Fórum Inter-Religioso de Saúde do Recôncavo

CEPESC – Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão
Fraternidade de Igrejas e Comunidades Religiosas do Brasil

CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço
Igreja Católica Apostólica Romana
Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Igreja Presbiteriana Unida do Brasil
Aliança de Batistas do Brasil

sexta-feira, 18 de maio de 2012

OLHO GORDO


                                                                                         Maria Stella de Azevedo Santos




A minha função espiritual faz de mim uma intermediária entre o humano e o sagrado e para exercê-la da melhor maneira possível tenho como instrumento o Jogo de Búzios. Pessoas de diferentes idades, raças e até mesmo credos, buscam a ajuda desse oráculo. Surpreende-me o fato de que uma grande parte dos que me procuram sente-se vítimas de inveja.

Engraçado é que nunca, nem um só dia sequer, alguém chegou pedindo-me ajuda para se libertar da inveja que sentia dos outros. Será que só existem invejados? Onde estarão os invejosos? E o pior é quando consulto o oráculo e ele me diz que os problemas apresentados não são decorrentes de inveja, a pessoa fica enfurecida.

Percebo logo que existe ali uma profunda insegurança, que gera uma necessidade de auto valorização. Se isso ocorresse apenas algumas vezes, menos mal, o problema é que esse comportamento é uma constante. Isso me leva a pensar que cada pessoa precisa olhar dentro de si, tentar perceber em que grau a inveja existe dentro dela, para assim buscar controlar e emanar este sentimento, de modo que ela não venha a atuar de maneira prejudicial ao outro, mas principalmente a si, pois qualquer energia que emitimos, reflete primeiro em nós mesmos.

Uma fábula sobre a inveja serve para nossa reflexão: Uma cobra deu para perseguir um vagalume, cuja única atividade era brilhar. Muito trabalho deu o animalzinho brilhante à insistente cobra, que não desistia de seu intento. Já exausto de tanto fugir e sem possuir mais forças o vagalume parou e disse à cobra: – Posso fazer três perguntas? Relutante a cobra respondeu: – Não costumo conversar com quem vou destruir, mas vou abrir um precedente. O vagalume então perguntou: -Pertenço à sua cadeia alimentar?- Não, respondeu a cobra. – Fiz algum mal a você-?- Não, continuou respondendo a cobra.- Então por que me persegue?- perplexo, perguntou o brilhante inseto. A cobra respondeu: – Porque não suporto ver você brilhar, seu brilho me incomoda.

Ingênuas as pessoas que pensam que o brilho do outro tem o poder de ofuscar o seu. Cada um possui seu brilho próprio, que deve estar de acordo com sua função. Existem até pessoas cujas funções requerem simplicidade, onde o brilho natural só é percebido através do reflexo do olhar do outro.

Lembro-me de uma garotinha de apenas 10 anos de idade que a mãe me procurou para ajudá-la, pois ela ficava furiosa quando não tirava nota dez na escola. Comportamento que fazia com que seus coleguinhas se afastassem dela. Algumas tardes eu passei conversando com a garota. Um dia ela chegou me dizendo que não aparesentava mais o referido problema, que até tirou nota dois e não se incomodou.

Fiquei muito feliz, cheguei mesmo a ficar vaidosa, pois acreditei que aquela nova atitude era resultado de nossas conversas. Foi quando ela me disse:- Sabe por que não me incomodei de tirar nota dois, Mãe Stella? Ansiosa, perguntei:- Por que? Ao que ela me respondeu: – Porque o resto da turma tirou nota um. Rimos juntas da minha pretensa sabedoria de conselheira e do natural instinto de vaidade que ela possuía e que muito trabalho teria para domá-lo. O desejo que a garota possuía de brilhar mais do que os outros, com certeza atrairia para ela muitos problemas. Afinal, ela não queria ser sábia, ela queria ser vista.

O caso contado anteriormente fez lembrar-me de outro que eu presenciei, onde uma senhora repleta de ouro insistia em me dizer que as pessoas estavam olhando para ela com inveja. Cansada daquele queixume, disse-lhe que quem não quer ser visto, não se mostra.

A inveja é popularmente conhecida com olho gordo. Se não queremos ser atingidos pelo olho gordo do outro, devemos cuidar para que que nossos olhos emagreçam, não deixando que eles cresçam com o desejo de possuir o alheio. Já que fazemos dieta para nossos corpos serem saudáveis, devemos também fazer dieta para nossos olhos, pois eles refletem a beleza da alma. A tendência agora é, portanto, olhos magrinhos, mas não anoréxicos, pois alguns desejos eles precisam ter, de preferência desejos saudáveis.



Maria Stella de Azevedo Santos é Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá

quinta-feira, 3 de maio de 2012

DANÇA DAS DIFERENÇAS

Mãe Jaciara e o Pastor Djalma Torres dançando


Durante  a festa de aniversário de Mãe Stella de Oxossi, 87 anos da Mãe Stella de Oxossi, no Terreiro do Ilê Axé Opô Afonjá o Pastor Djama Torres e a Yalorixá Jaciara Ribeiro, do Terreiro Abassá de Ogun deram um show de respeito mútuo e mostraram que são "pé de valsa", dançando juntos.

Mãe Jaciara e Pastor Djalma Torres

Difícil imaginar um Pastor protestante e uma Yalorixá sentados lado a lado, na mesma mesa, quiçá,  dançando. Realmente, para quem  não esteve presente é mesmo complicado acreditar nesta cena admirável e inusitada. Felizes foram aqueles que puderam  presenciar o respeito à liberdade religiosa.

Exemplo de respeito


                     "Bem-aventurado quem pode ser feliz nas diferenças" Pastor Djalma Torres.

MÃE STELLA DE OXÓSSI COMEMORA 87 ANOS DE IDADE

Mãe Stella

Durante um coquetel, no Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, Mãe Stella de Oxóssi recebeu Ontem (02), os convidados para comemorar o seu aniversário de 87 anos.

Iniciada no Candomblé há 73 anos por Mãe Senhora, Mãe Stella exerceu a função de Visitadora Sanitária por mais de trinta anos, mas a Yalorixá tornou-se famosa por artigos publicados em jornais, publicação de livros e participação em outros, como:  “E Dai Aconteceu o Encanto","Meu Tempo é Agora ", "Lineamentos da Religião dos Orixás - Memória de ternura", Òsósi - O Caçador de Alegrias","Owé - Provérbios","Epé Laiyé- terra viva".

O trabalho Social de Mãe Estela perante a comunidade e o povo de santo também lhe rederam vários prêmios, o mais recente deles, em 2010,  quando recebeu das mãos da vereadora Olívia Santana uma placa pelo centenário do terreiro Opó Afonjá ao lado do ministro da Cultura, Juca Ferreira e do secretário estadual da Cultura, Márcio Meirelles,  no Plenário da Câmara de Salvador, Bahia.


Em nome da família CEPESC o nosso PARABÉNS a uma das Yalorixás mais influentes do mundo. OKÊ ARÔ MÃE STELLA!
Pastor Djalma Torres e Mãe Stella

MOVIMENTO VOZES DE SALVADOR

O Antropólogo Ordep Serra

Ordep Serra

O MOVIMENTO VOZES DE SALVADOR vem a público denunciar a agressão criminosa de que a cidade foi vítima, atingida por sucessivos desmandos da administração iníqua e deletéria do Sr. João Henrique Barradas Carneiro, cujos despautérios, seguidos e crescentes, culminaram na sanção de uma lei municipal que desrespeita leis federai e à própria Constituição Brasileira, configurando um verdadeiro golpe contra a democracia e o estado de direito. É de conhecimento geral que Salvador foi reduzida a uma situação de descalabro por essa administração irresponsável, bisonha, divorciada do interesse público, complacente com a ganância imobiliária, hostil ao povo. São muitos os motivos para protesto: a degradação da orla, a devastação ambiental, a privatização descarada de espaços públicos, o colapso da mobilidade urbana com o estrangulamento crescente no trânsito, as roubalheiras no metrô e da Transferência do Direito de Construir - Transcon (entre outras rapinagens), a desmoralização do planejamento urbano, a sujeira, as ruas esburacadas, o aumento infrene da violência e da segregação da miséria e do turismo sexual, à precariedade dos serviços públicos de atendimento ao cidadão em todas as áreas básicas (com destaque para o péssimo funcionamento dos postos de saúde e das escolas municipais), os acordos subterrâneos com a máfia dos transportes e a máfia do lixo, o colapso financeiro do município, a falta de transparência em todos os planos de gestão, principalmente no tratamento das verbas e contas públicas, o agravamento das condições negativas que deterioram a qualidade de vida da população nas áreas da periferia e do miolo, o vilipêndio da cultura com o injurioso tratamento dispensado ao patrimônio histórico e artístico da cidade, o desrespeito sistemático aos artistas e produtores independentes, a mercantilização e grosseira deformação do carnaval baiano, das festas e tradições populares da urbe, o desfiguramento sistemático da paisagem soteropolitana por descaso do gestor e por sua conveniência com os interesses espúrios de quem a compromete e depreda. Já é muito, sem dúvida, todavia, um patamar ainda mais grave foi atingido com a açodada proposição e votação de um LOUOS em período exíguo, sem possibilidade de análise pelos edis, sem verdadeira consulta pública, reduzida á uma farsa, e com desacato a interdito judicial, alterando brutalmente o Plano Diretor do Desenvolvimento Urbano o PDDU, que deveria apenas regulamentar, mutilando o Conselho da Cidade antes d éter instalado o assim fazendo a violência à lei federal, a democracia participativa que a Constituição preconiza e ao interesse público. No bojo dessa legislação insana, sacrifica-se à ganância imobiliária a última grande reserva de mata atlântica de Salvador, o Vale Encantado, que inclui área sagrada para as religiões de matriz africana; além disso, aumenta-se estupidamente o gabarito das edificações da orla, de tal que promove o sombreamento das praias e reduz de forma criminosa a aeração da cidade, entre outras aberrações. O MOVIMENTO VOZES DE SALVADOR conclama todos os cidadãos a lutarem pelos seus direitos ameaçados, opondo-se a essa onda de violência que se volta contra a capital da Bahia e atinge de maneira brutal nossas leis maiores.
Salvador, 23 de Janeiro de 2012
Ordep Serra – Coordenador do Movimento Vozes de Salvador

Sobre o Movimento Vozes de Salvador

O Movimento Vozes de Salvador teve origem há dois anos, no contexto de debates e protestos contra a degradação desta Cidade, a queda acentuada e contínua da qualidade de vida de sua população, a devastação de seu patrimônio ambiental, de sua paisagem e de seus monumentos, a falta de um efetivo planejamento urbano que a contemple, o esbulho de seus valores, a obscena desigualdade que a envergonha, a sistemática subordinação do interesse público aos interesses privados — e, em particular, à ganância de empresas imobiliárias .

domingo, 8 de abril de 2012

PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO

Djalma Torres




Esta semana que está chegando ao fim e até amanhã, domingo, o mundo cristão está voltado para os últimos dias de Jesus Cristo entre nós. Em celebrações litúrgicas bem elaboradas ou em cultos bem simples, os cristãos de todo o mundo recordam o sofrimento, a crucificação, a morte e a ressurreição daquele que é o Senhor da maior religião do mundo, o cristianismo. Dizemos, como cristãos, que esta é a semana da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Hoje vamos dedicar o programa a este tema tão caro aos cristãos.
Neste texto usamos o Evangelho de Mateus, sem deixar de registrar os relatos dos demais evangelhos quando houver diferenças nos textos ou registros de fatos que não constem em Mateus.
Tudo começa com a entrada triuinfal de Jesus em Jerusalém, no domingo, que hoje denominamos “Domingo de Ramos”. Ele é aclamado pelo povo, - uma multidão - que o reverencia como “o bendito que vem em nome do Senhor”. Este episódio é registrado pelos quatro Evangelhos.
Do domingo até à quarta-feira ele realiza muita coisa em Jerusalém: expulsa os que se aproveitam da festa para explorar os pobres com a venda de animais para o sacrifício, realiza curas e milagres no templo, discute com as autoridades religiosas judáicas, profere várias parábolas, lamenta a incrudelidade de Jerusalém, profetiza a destruição do templo e se dá conta de que vai chegando o momento pior de sua vida, marcada por angústia e sofrimento. É a partir daí que tem lugar o que hoje celebramos como paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. É como um espetáculo em três atos, só que real, histórico, doloroso e divino.
PAIXÃO
Vamos ao primeiro ato. Depois de anunciar aos discípulos o que lhe estava aguardando, ele celebra com o seu grupo, a Páscoa. O texto está em Mateus, Capítulo 26, versos 17 à 19.
Este texto de Mateus, também presente em Marcos 14:12-16 e Lucas 22:7-13, dá início aos preparativos para a semana dolorosa vivida por Jesus Cristo. Jesus estava em Jerusalém para as comemorações anuais da festa da Páscoa, uma vez que, como judeu, devia ir ao templo para celebrar essa festa que lembrava a libertação da escravidão egípcia.
Aliás, vale lembrar que originalmente a páscoa era uma festa agrícola e pastoril, em que os agricultores e pecuaristas faziam oferta das primeiras colhetas e dos produtos dos seus rebanhos.

segunda-feira, 12 de março de 2012

O MUNDO RELIGIOSO ESTÁ GIRANDO

                                                                                                                                     Pr. Djalma Torres
 

Escrevi recentemente o livro “Caminhos de Pedra”, que tem sido lançado em diversos locais e datas diferentes, como grupos, igrejas, espaços públicos e  instituições ecumênicas em Salvador e no interior do Estado, à exemplo de Canudos. Tem sido uma experiência rica e emocionante para mim. O livro contém uma autobiografia, relatos de experiências e textos da vida pastoral e a minha inserção no mundo ecumênico e do diálogo inter-religioso.
Quero informar aos leitores desta coluna que começamos uma experiência nova: um programa de rádio, aos sábados, das 12h00 às 13h00, na Rádio Cruzeiro da Bahia, AM 590. Com o título de “Religião, Diversidade e Cidadania”, o programa tem como objetivo abranger todo o mundo religioso – e não somente a Igreja - em discussões de temas do cotidiano que repercutem na vida religiosa; também é preocupação demonstrar que a religião não deve ser instrumento de alienação e nem de exploração, mas de formação e construção da cidadania.  Nestes três meses de apresentação, o programa tem abordado temas bem variados, como “Protestantismo Brasileiro”, “Intolerância Religiosa”, “Religião e Saúde Mental”, “Religião e Homossexualidade”, entre outros temas. É nosso desejo tornar o programa um espaço de discussão entre religião e sociedade. 
Em janeiro foi comemorado em todo o país o “Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa”. Em Salvador as comemorações se revestiram de importância sem igual, com pronunciamentos, reuniões, passeatas e solenidades mais formais. Trata-se, o 21 de janeiro, de uma lei especial contra a intolerância religiosa, que é, sem sombra de dúvida, um crime perante a legislação brasileira e um pecado diante de Deus. 
    Em fevereiro a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB,  lançou a Campanha da Fraternidade sobre a saúde pública no Brasil. O tema “Fraternidade e Saúde Pública”, é instigante e merece ser abraçado por todas as religiões. Saúde, vale sempre repetir, não tem cor e nem filiação religiosa. A postura crítica da Igreja Católica sobre a saúde pública brasileira, inclusive com corte no orçamento da União, merece os aplausos e a solidariedade de todos nós.
    Este primeiro trimestre de 2012 trouxe perdas. O assassinato, por um filho, do bispo anglicano Robinson Cavalcante e esposa, em Recife, chocou o mundo religioso cristão e toda a sociedade pernambucana. Robinson era também professor, político e escritor e foi assassinado a facadas por um filho adotivo, que residia nos Estados Unidos, e que havia regressado há poucos dias a Recife.
    Uma outra perda considerável foi a de Milton Schwantes, considerado o maior teólogo biblista protestante do Brasil.  Luterano, professor, pastor e escritor de obras famosas, traduzidas para outras línguas, era também conferencista solicitado por universidades e igrejas em várias partes do mundo.  Morreu vítima de um câncer.
    Assim, entre perdas e ações o mundo religioso vai girando, buscando ser relevante nos dias atuais, lutando contra as suas próprias contradições e se esforçando para que a convivência seja uma realidade.
 
   

sexta-feira, 2 de março de 2012

Milton Schwantes: Um profeta que nos deixa, mas continua sempre conosco.



Faleceu no dia de ontem, 1° de março, o biblista Milton Schwantes.
Milton viveu os últimos anos de sua vida com sérios problemas de saúde, dando um testemunho de resistência e de alegria. Desde agosto de 2002, depois de uma delicada cirurgia para retirada de um tumor na hipófise, conviveu com sobriedade com graves limites físicos. Os últimos dois meses passou hospitalizado.
Milton Schwantes é teólogo e pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Biblista, Schwantes é uma das principais referências do método de leitura popular da Bíblia na América Latina e autor de diversos livros, alguns traduzidos em espanhol, alemão e inglês.
Formado em Teologia pela Escola Superior de Teologia - EST (1970). Fez seu doutorado em Bíblia na Universidade de Heidelberg, na Alemanha. Apesar dos vários títulos de Doutor Honoris Causa conhecidos por diversas universidades, enquanto teve forças, continuou assessorando grupos e comunidades (veja sua entrevista A teologia e o Direito dos Pobres)
A contribuição de Milton Schwantes à Leitura Popular da Bíblia e à caminhada do CEBI foi muito grande. É inegável que sem suas reflexões, o CEBI não conseguiria assegurar sua ecumenicidade. A perspicácia e a simplicidade na interpretação dos textos bíblicos foi outra grande contribuição de Milton a toda a leitura bíblica praticada no Brasil e na América Latina.
”Ficamos sem mais um profeta”, lembra Adeodata Maria dos Anjos, atual diretora nacional do CEBI. Ainda segundo a Diretora, "sua voz silenciou, mas continuará ecoando e transformando corações".
A pastora Elaine Neuenfeldt, ex-diretora nacional, descreve emocionada: "Milton foi inspirador de muito de nós, estudantes de Bíblia, aprendizes da leitura popular; particularmente, devo muitas das minhas reflexões no Antigo Testamento ao trabalho do Milton; ele foi um dos primeiros na EST (Escola Superior de Teologia) a propor um Curso de Aprofundamento Teológico sobre mulheres no AT. O movimento de leitura popular da bíblia e a pesquisa bíblica perde um dos seus grandes nomes, um luterano brasileiro que deixa um legado muito importante pra nós".
"Vai fazer uma falta danada! Mas tem tanto livro, tanta gente e tanta paixão que ressuscitado está!", afirma a pastora metodista e colaboradora do CEBI Nancy Cardoso Pereira.
À sua companheira Rose, às três filhas e a toda a família, o abraço carinhoso do CEBI.
Texto disponibilizado pela CEBI - Centro de Estudos Bíblicos

CEBI - Centro de Estudos Bíblicos
www.cebi.org.br

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

População em situação de rua no Brasil



Pr. Fernando Carneiro



          Nos dias de hoje, milhares de pessoas vivem nas ruas constituindo uma população heterogênea e complexa formada por homens, mulheres, brancos, negros, crianças, jovens, idosos, analfabetos, intelectuais, religiosos, sem religião, ateus, artistas, heteros, homossexuais, sãos, doentes etc.
          Algumas dessas pessoas adotaram, por escolha, as ruas como moradia, mas a grande maioria, forçada por uma forte circunstância da existência humana, só teve a rua como opção para viver.
          A maior parcela da nossa sociedade, ainda olha para a população de rua com uma enorme carga de preconceito, generalizando a todos como vagabundos, marginais, bandidos, preguiçosos, drogados e prostitutos.
          Algumas graves injustiças são cometidas contra o “povo da rua”, entre elas, o preconceito irracional, intencional e generalizado sobre toda essa população que simplesmente é vista e tratada como marginal no sentido criminal.
          Já por parte do Estado, tem-se a falta de políticas públicas que visem resgatar e garantir a “dignidade da pessoa humana” dos moradores de rua, a exemplo da omissão diante da dilacerante epidemia do crack, que vem violentando e exterminando, principalmente a população de rua, nas cidades brasileiras, não poupando nem idosos e crianças.
          Outra preocupante realidade é a crescente violência policial e de gangues que vem se espalhando e se tornando rotineiras contra moradores de rua, nas principais cidades do país, através de execuções sumárias e coletivas, na maioria dos casos com requintes de crueldade.
          Diante dessa realidade, o que pode ser feito por uma comunidade como a Antioquia, para amenizar e/ou cessar esse holocausto social que desconsidera o maior dos direitos da humanidade, o direito à vida? O que dizem nossos sentimentos pelo semelhante? O que dizem nossos valores religiosos?  Podemos/devemos fazer algo?


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

PASTOR DJALMA TORRES LANÇA LIVRO “CAMINHOS DE PEDRA” NA CIDADE DE CANUDOS

Pastor Djalma Torres

Emoção, saudosismo e despedida marcaram o lançamento do livro Caminhos de Pedra no memorial Conselheiro, na  noite de  24 de fevereiro,  data de comemoração do aniversário da cidade.

Na noite de autógrafos, “Caminhos de Pedra” ganhou como presente participações ilustres, entre elas,  a presença do Padre Edinaldo, o ex-prefeito da cidade, João Ribeiro Gama,  o historiador Manoel Neto,  a arqueóloga Cleonice, a freira Delires Brun  uma das homenageadas da noite por conta do encerramento de suas atividades religiosas na cidade de Canudos, a irmã Delires parte para outra missão no Amazonas. 
Maria José, Djalma Torres e a Freira Delires Brun

Ainda como convidado, o lançamento teve a presença marcante de Luiz Paulo Neiva, Pró-Reitor da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, que na oportunidade  utilizou uma citação de Victor Hugo para fazer referência a trajetória do autor:   “seja como os pássaros que, ao pousarem, um instante, sobre os ramos muito leves, sentem-nos ceder,  mas cantam! Eles sabem que possuem asas”  Victor Hugo.

A noite realmente estava inspiradora, um dos poetas mais consagrados da cidade,  José Francisco de Andrade, conhecido como Zé Poeta,  presenteou o autor Djalma Torres com uma poesia inédita criada especialmente para ocasião.
Andréia Salles, Djalma Torres e Maiara Fernandes

Para fechar a noite com chave de ouro, Djalma Torres muito emocionado agradeceu a presença dos amigos, despediu-se da amiga Delires Brun antes de autografar os seus livros.


Confira abaixo o poema em homenagem ao Pastor Djalma Torres.


Canudos está em festa

Nesta noite de calor

Está lançado um livro

Desse novo escritor

Meus queridos senhores

Aqui está Djalma Torres

Esse eterno pastor

Esse primeiro trabalho

Para Djalma uma vitória

Ele retrata para o povo

Sua linda trajetória

No memorial do conselheiro

Esse dia 24 de fevereiro

Vai ficar na história

Esse livro nos traz

Um trabalho bonito

E o fruto da vida

Por ele escrito

Esse livro lançado

Será abençoado

Por nosso Jesus Cristo

Chama-se Caminhos de Pedra

 Esse bonito exemplar

Um pouco de sua vida

Está a resgatar

Nessa noite de festa

Nada mais me resta

Se não lhe homenagear
                                   
                                     Zé poeta