Sobre o CEPESC

Salvador, Bahia, Brazil
CEPESC - Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão. Nasceu do sonho, da utopia e da luta pela criação de um entidade que refletisse, a partir da perspectiva cristã e no contexto da diversidade cultural, social e religiosa brasileira e da Bahia, o mundo dos nossos dias de um modo abrangente e total, ou seja, nas suas dimensões social, econômica, política, educacional e religiosa. Por isso, adotou o lema Dignidade e plenitude da vida e da criação. Organizada em 23 de novembro de 1996, é uma entidade de caráter cultural, educacional, social e religioso. Tem como objetivos estimular, fazer e divulgar pesquisas no campo político, econômico, social, cultural e religioso e realizar trabalhos de educação, sociais, culturais e religiosos. Contato: 3266-5526

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O que cai primeiro: Celibato dos sacerdotes ou proibição de ordenar mulheres?


Muitas hierarquias têm pensado nisso diante da falta de vocações, do fato de que milhares de paróquias não têm pastor (descumprindo o preceito de oferecer a missa dominical, antes gravíssimo pecado para um fiel, incluindo multa da Guarda Civil) e diante da irritação e da marginalização de milhões de mulheres, apesar de serem a imensa maioria nessa confissão.

Diz o primeiro-ministro de Francisco, Pietro Parolin, que o celibato obrigatório "não é um dogma de fé". Que novidade! Quando o sexo não era obsessão doentia de eclesiásticos principais, houve até papas que foram pais de família. Hoje são 58 mil padres casados --6.000 na Espanha-- à espera de uma mudança que lhes permita voltar a exercer sua vocação. Também existem sacerdotes que convivem com suas mulheres e atendem paróquias por encargo de algum bispo.

Houve em 2005 em Tenerife um caso famoso: a ordenação pelo prelado local de um homem com mulher e duas filhas, o britânico Gliwitzki, ex-pastor anglicano. O caso foi autorizado pela congregação doutrinária que presidia o emérito Bento 16.

Apesar de tudo, Ratzinger, e sobretudo seu antecessor, João Paulo 2º, sempre se negaram a aceitar o celibato opcional. Wojtyla o fez com seu habitual mau humor. Foi célebre o ocorrido quando o cardeal de Sevilha Bueno Monreal foi lhe comunicar sua renúncia por idade e desenhou para o papa um panorama desolador de sua província eclesiástica. "Vejo-me na obrigação de lhe pedir, santidade, que reflita sobre a conveniência de relaxar o celibato obrigatório." João Paulo 2º o cortou sem compaixão: "Eu me vejo na obrigação de lhe pedir que deixe agora mesmo este escritório".

Em um sínodo sobre a família, o papa polonês voltou a perder a compostura diante de vários cardeais alemães: "Muitos falam em rediscutir a lei do celibato eclesiástico. É preciso fazê-los calar-se!", disse.

Em relação ao sacerdócio feminino, João Paulo 2º se empenhou em fechar essa porta, proclamando-o um dogma da Igreja Católica. A duras penas pôde convencer de que não o fizesse seu principal assessor, Ratzinger, então principal policial da doutrina vaticana. Também cairá essa cortina.


Em 2005, o padre Ángel García, fundador dos Mensageiros da Paz, apostou com um jornalista de "El País" que Bento 16 admitiria o sacerdócio feminino. "Um dia em que se levante com o pé direito, dirá: 'Agora chega'. Aposto que antes de cinco anos o fará." Não o fez, mas talvez Francisco dê esse passo, se realmente traz reformas, além de boas palavras.

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