No
Jornal Folha de São Paulo, desta terça feira, 2, a jornalista Eliane Catanhêde
escreveu um artigo sob o título “Nasce Uma Estrela”, sobre a problemática
questão do Pastor e Deputado Marco Feliciano na Presidência da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal. A seguir o texto.
Sabe
a história do “falem mal , mas falem de mim? Foi o que aconteceu com o pastor e
deputado Marco Feliciano (PSC-SP).
Primeiro,
reagiu acabrunhado à ira contra sua ida para a presidência da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Depois, partiu para o ataque, chamou a
polícia legislativa e bateu boca com manifestantes. Agora, virou celebridade!
Se
até na França, que desfraldou os princípios de igualdade e fraternidade,
milhares vão às ruas contra o casamento gay, imagine aqui, no Brasil, onde as
ovelhas de igrejas evangélicas e de muitos embustes proliferam como coelhos...
Um
punhado de artistas, jornalistas e humanistas horrorizou-se com as posições
racistas e homofóbicas de Feliciano, mas milhões de pessoas pensam como ele. A
cada Caetano Veloso indignando, há quantas centenas de almas racistas e
homofóbicas, mais ou menos enrustidas?
Se
tivesse ficado quieto no seu canto, Feliciano poderia continuar curtindo o
mandato, frequentando seus cultos, fazendo frases de mau gosto pela internet,
exigindo a senha de cartões de crédito de fiéis e enfrentando na surdina seus
processos no Supremo. Sendo, enfim, o que sempre foi: um ilustre desconhecido
no Congresso, um a mais do chamado “baixo clero” da Câmara. (Aliás, quantos Felicianos
haverá ali?)
Alçado
a uma comissão tão simbólica pelo seu PSC, pelo desinteresse do PT e pelo
descaso do PSDB e dos grandes partidos, ele já teria ali uns minutos de glória.
Mas, fala sério, quantos presidentes de comissão o Sr. E a Sra. conhecem? O que
girou todos os holofotes, flashes e câmeras para Feliciano não foi nada disso,
foi a reação contrária a ele.
Como
o Tiririca não parece feliz no Congresso e tende a não se candidatar em 2014, o
risco é Feliciano acabar virando campeão de votos no Estado mais rico e no
próprio país. Do palhaço para o pastor espertalhão seria, ou será, uma péssima
troca. Mas não é nada impossível.
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